
Um relatório detalhado do Novo Jornal revela uma crise de segurança crescente no sector dos táxis por aplicação em Angola, particularmente em Luanda. O serviço, inicialmente aclamado como uma solução moderna de mobilidade, está agora no centro de uma onda de violência, com queixas de assaltos, agressões e até homicídios envolvendo tanto motoristas como passageiros.
A investigação do jornal aponta que o problema tem duas faces principais:
- Motoristas como Vítimas: Condutores são frequentemente assaltados por passageiros armados, que os forçam a entregar veículos, dinheiro e pertences pessoais. Em casos extremos, estes assaltos resultaram em homicídio.
- Clientes como Vítimas: Passageiros, especialmente mulheres, também são alvo de crimes. As queixas incluem desde roubos até sequestros e violações, cometidos por indivíduos que se fazem passar por motoristas credenciados nas plataformas.
Falhas no Sistema e Reações
A reportagem atribui esta escalada de insegurança a falhas críticas nos mecanismos de verificação e resposta das próprias plataformas de ride-hailing:
- Verificação Falha: Os processos para registar novos motoristas são considerados pouco rigorosos, facilitando a infiltração de criminosos.
- Resposta Ineficaz: As empresas são acusadas de responder com lentidão e insensibilidade perante as queixas e incidentes graves reportados, oferecendo, na melhor das hipóteses, indemnizações simbólicas às famílias das vítimas fatais.
- Imunidade Percebida: Criminosos parecem operar com um sentimento de impunidade, explorando a natureza descentralizada e digital do serviço.
Consequências e Apelo
O clima de medo está a ter consequências diretas:
- Muitos motoristas estão a abandonar a profissão por considerar o risco inaceitável.
- Os passageiros estão cada vez mais receosos de utilizar o serviço.
- As autoridades policiais reconhecem o problema, mas as investigações são frequentemente complexas.
A situação expõe a necessidade urgente de maior regulação por parte do Estado, de mecanismos de segurança mais robustos por parte das empresas e de uma ação policial mais eficaz para restaurar a confiança num serviço que se tornou essencial para a mobilidade urbana em Angola. O artigo serve como um alerta contundente sobre os perigos não resolvidos que podem minar a inovação tecnológica quando a segurança pública é negligenciada.
Fonte: novo Jornal
Por: Joel Capembe



