
Simon Petrus, um estudante do norte da Namíbia, desenvolveu um aparelho de comunicação inovador utilizando componentes reciclados, capaz de fazer chamadas em áreas sem cobertura. O projeto, premiado pelo governo namibiano, representa um avanço tecnológico com potencial para revolucionar as comunicações em zonas rurais.
WINDHOEK – Num feito notável de engenharia e criatividade, o jovem Simon Petrus, natural da região de Kavango, no norte da Namíbia, desenvolveu um telefone funcional que opera completamente independente de cartão SIM e de redes de telemóvel tradicionais. O dispositivo, construído com peças reaproveitadas de outros equipamentos eletrónicos, utiliza tecnologia VoIP adaptada para criar uma rede local de comunicação, permitindo chamadas de voz entre aparelhos similares em zonas sem qualquer cobertura.
O invento, que começou a ser desenvolvido quando Petrus ainda frequentava o ensino secundário, valeu-lhe o Prémio de Inovação do Ministério do Ensino Superior, Tecnologia e Inovação da Namíbia em 2019. “O meu objetivo sempre foi ajudar as comunidades rurais que, como a minha, não têm acesso a redes de comunicação convencionais”, explicou o jovem inventor em declarações à televisão estatal NBC.
O funcionamento do aparelho baseia-se na criação de uma rede mesh local que permite a comunicação direta entre dispositivos, sem necessidade de infraestrutura de operadoras ou acesso à internet. A tecnologia, embora baseada em princípios conhecidos de VoIP e rádio digital, destaca-se pela sua aplicação prática e baixo custo, utilizando componentes simples e acessíveis.
O sucesso do projeto tem atraído atenção internacional para o potencial da inovação tecnológica africana, demonstrando como soluções locais podem resolver problemas específicos do continente. “O trabalho de Simon Petrus é um exemplo inspirador de como a criatividade e o conhecimento técnico podem transformar realidades sociais”, comentou um representante do ministério namibiano durante a cerimónia de entrega do prémio.
O jovem inventor planeia agora melhorar o protótipo e explorar formas de produção em escala, com o objetivo de tornar a tecnologia acessível às comunidades mais isoladas do país. O caso tem sido citado como um modelo a seguir noutros países africanos que enfrentam desafios similares de conectividade em zonas rurais.
Via: Factos Desconhecido
Por: Joel Capembe



