
Angola enfrenta uma grave situação epidemiológica relacionada com o VIH/SIDA, com uma média de 57 novas infeções diagnosticadas diariamente, o que equivale a aproximadamente 21 mil casos por ano. De acordo com dados oficiais, estima-se que cerca de 370 mil pessoas vivam com a doença no país, sendo que mais de metade (52%) não está a receber tratamento antirretroviral e pelo menos 30% desconhece o seu estado serológico.

A epidemia tem um impacto mortal significativo, com 13 mil mortes anuais relacionadas com a doença, uma média de 35 óbitos por dia. Os grupos etários mais afectados são jovens e adultos entre os 15 e 49 anos, a faixa populacional economicamente mais activa, o que amplia as consequências sociais e económicas da doença.
Especialistas identificam múltiplos factores que contribuem para esta propagação silenciosa: fraca adesão à testagem, desinformação, pobreza, estigma social e dificuldades no acesso regular aos serviços de saúde. Esta conjugação de elementos coloca Angola consideravelmente distante das metas globais estabelecidas para eliminar a SIDA como problema de saúde pública até 2030.
A situação é agravada por cortes significativos no financiamento internacional, particularmente dos Estados Unidos, combinados com limitações orçamentais internas para o sector da saúde. Em maio, uma análise das Nações Unidas já havia colocado Angola entre os países mais afectados pela redução de fundos no combate global ao VIH/SIDA, aumentando a incerteza sobre a disponibilidade e gestão de medicamentos e recursos essenciais para o controlo da doença.
Via: Novo Jornal
Por: Joel Capembe



