
A cidade de Luanda acolheu nesta terça-feira, 2 de dezembro, a cerimónia de encerramento do programa FRESAN, uma iniciativa do Governo angolano financiada pela União Europeia durante a qual a embaixadora Rosário Bento Paz alertou que “o sector da água continua a ser o mais crítico no país”.
Implementado entre 2018 e 2025 nas províncias mais afectadas pela seca, Cunene, Huíla e Namibe, o FRESAN recebeu mais de 65 milhões de euros para reforçar a resiliência das comunidades vulneráveis e melhorar a segurança alimentar e nutricional no Sul de Angola.
Segundo a diplomata, estas regiões carregam “há décadas o peso das secas recorrentes e das alterações climáticas”, justificando o forte investimento europeu.
Ao apresentar os resultados, Rosário Bento Paz destacou avanços estruturantes, como o aumento de mais de 40% no acesso a fontes de água melhoradas, a formação de mais de sete mil agricultores, sendo 54% mulheres e ações de nutrição que beneficiaram cerca de 88 mil mulheres em idade reprodutiva.
O projecto também ajudou 23 administrações municipais a integrar políticas de mitigação climática e modernizou o Centro de Coordenação Operacional de Proteção Civil na província do Namibe.
Apesar desses progressos, a embaixadora frisou que persistem desafios sérios, sobretudo no abastecimento de água, fundamental para transformar a agricultura, a pecuária e a vida das famílias rurais.
Defendeu, por isso, a continuidade dos investimentos nacionais em barragens, sistemas de distribuição e infraestruturas rurais, considerados essenciais para garantir maior segurança alimentar e preparar o país para choques climáticos cada vez mais severos.
Rosário Bento Paz apelou ainda ao compromisso contínuo das autoridades angolanas, sublinhando que as lições do FRESAN devem ser incorporadas no planeamento público e nas estratégias de longo prazo, para assegurar o futuro das comunidades do Sul de Angola.
Fonte: Correio da Kianda
Por: PF



