
O Presidente angolano e líder em exercício da União Africana, João Lourenço, apelou esta segunda-feira à construção de um “multilateralismo eficaz” e a reformas profundas na governação global, durante a abertura da 7.ª Cimeira União Africana-União Europeia, que decorre em Luanda.
Perante líderes dos dois continentes, o chefe de Estado angolano enfatizou a urgência de uma cooperação “mais pragmática e equilibrada” entre África e Europa, alertando para os riscos do “caos climático” e defendendo a adopção de uma nova arquitectura financeira mundial.
Na sua intervenção, realizada num ano simbólico que marca o 50.º aniversário da Independência de Angola, Lourenço destacou que o encontro deve servir como “bússola” para orientar as relações entre os dois continentes perante desafios globais complexos, incluindo crises alimentares, energéticas, humanitárias e fluxos migratórios.
O estadista angolano reconheceu que a parceria estratégica de 25 anos entre África e Europa tem produzido “resultados visíveis e promissores” em áreas como paz e segurança, comércio, governação, educação e acção climática. Contudo, sublinhou a necessidade de o continente africano “ser ouvido na governação global”, exigindo reformas que tornem as instituições internacionais “mais inclusivas e representativas”.
Lourenço reiterou as prioridades da presidência angolana na UA, focadas na paz como pré-condição para integração económica, empoderamento da juventude, igualdade de género e resiliência climática, enfatizando a necessidade de África ter acesso a financiamento a custos comportáveis para impulsionar o desenvolvimento estratégico.
Fonte: Jornal “O País”
Por: Joel Capembe



